sábado, 11 de abril de 2015

MENINA MULHER #PARTE 1


Introdução
Eu poderia fazer deste, apenas mais um texto sobre mim, sobre como me sinto e as inúmeras vezes que me peguei querendo fugir da realidade. Porém, não haveria lógica alguma para que eu fizesse tal coisa. Então, ao invés disso, fiz da minha vida, e de cada nova experiência, uma inspiração para escrever esta história. Escrevi três histórias durante o tempo que estive fora, e nenhuma me pareceu boa o suficiente. E, mesmo assim, não desisti de escrever. Pois ano passado, disse para mim mesma, que esse ano eu voltaria para o blog com uma história de minha autoria para contar. E, aqui estou eu, insegura, confesso. Mas, farei desta a minha história. Ao invés de falar sobre mim diretamente, irei contar sobre como me sinto, através desse romance, que foi escrito em meio a lágrimas, mas foi escrito com carinho. Então, a partir de agora, sejam todos bem-vindos ao meu mundo!

MENINA MULHER

Era dia 23 de Março, quando um acidente de carro com meu ex-namorado fez com que eu perdesse o movimento das pernas. Desde aquele dia em diante, passei a depender da minha mãe, para tudo. Pois, ela era a única pessoa que eu ainda tinha. Meu namorado saiu do acidente são e salvo, fico feliz por ele. Mas, quando Marcos descobriu o que havia acontecido comigo, ele simplesmente sumiu. Claro, aquilo tudo era demais para ele, e o que mais me doía era que ele em nenhum momento pensou em como eu estava me sentindo.
Na época do acidente, eu tinha apenas 17 anos, e eu o amava perdidamente, o que era um erro. E desde os meus 13 anos, eu já era completamente independente, tinha minhas responsabilidades, e cumpria com todas elas, e era raro eu precisar de alguém para realizar minhas tarefas. Só que, desde o dia em que eu sai daquele hospital, eu dependia de alguém para tudo. Eu tinha perdido minhas pernas, não podia mais dançar, não podia nem se quer lavar a própria louça que eu lavava sem depender de alguém.
Foi aí então, que eu disse para mim mesma que eu era completamente inválida. Que eu era só mais estorvo, que eu era apenas mais um dos enfeites da minha casa, que ficavam ali parados esperando que alguém os limpasse e movesse do lugar. Eu tinha me tornado um estorvo para minha mãe, não que minha mãe não gostasse de cuidar de mim. Mas era assim, que eu me sentia. 
Todos os dias eu repetia para mim mesma, que eu era incapaz de fazer alguém feliz, e que minha mãe só me aturava por ser minha mãe. Tudo bem, talvez eu estivesse errada. Mas, tudo me levava a crer nisso. Meus amigos se afastaram, meu namorado de 4 anos fugiu na primeira oportunidade. E para piorar, haviam os médicos que diziam que eu me levantar daquela cadeira, que isso era possível. Queriam me fazer acreditar numa mentira. 
Agora, eu já me encontro com 21 anos, quatro anos já haviam se passado desde o acidente, e se eu não tinha voltado a andar antes, não era agora que isso iria acontecer. Minha vida se resumia a fisioterapia, 'grupo de auto-ajuda para deficientes' (minha mãe achava que eu precisava ter pessoas como eu por perto), ela temia que eu tivesse mais uma de minhas crises de depressão. A última fugiu completamente do controle dela, e dos médicos. Fiquei internada durante oito longos meses numa clínica psiquiátrica. Daí então, surgiu a ideia de um grupo de auto-ajuda. Que sinceramente não me ajudava em nada. Pelo menos era isso que eu pensava. Até o dia em que, eu quase atropelei um rapaz com minha cadeira de rodas.
Ele poderia ter me chingado, me olhado feio, mas não, ele sorriu para mim. E eu retribui feito boba. Aquela era a primeira vez que eu conhecia alguém naquele grupo bobo que não andava sobre rodas. Estava mais do que óbvio que ele não estava ali para participar. Mas, se ele quisesse participar, eu não me incomodaria nenhum pouco, não mesmo. Ele era lindo, e depois de eu ter atropelado ele, ele ainda teve a gentileza de me ajudar a ir até onde o grupo estava reunido. E não tive nem a oportunidade de perguntar seu nome, eu só conseguia agradecer ele, sem parar.
Naquele mesmo dia, cheguei em casa toda boba. E minha mãe, claro logo percebeu e veio cheia de indagações. Eu fugia de qualquer pergunta que ela fizesse. E me limitava a dizer que mal podia esperar para ir ao grupo de novo. Eu não sabia nada sobre aquele rapaz, porém, eu queria saber tudo. Ele foi a primeira pessoa que me tratou com gentileza desde o dia em que eu sofrera aquele maldito acidente. E eu não podia deixar de agradecê-lo eternamente.

Amanheceu, e eu bom, estava super animada para ver ele de novo, ou melhor para sessão de auto-ajuda. Não, quem eu quero enganar? Eu não queria só ver, como também queria saber seu nome. E foi isso que fiz assim que minha mãe me deixou na porta do clube. Fui logo para junto do grupo, e ele estava lá, ajudando uma garota que eu podia jurar ser apenas irmã dele, pois eram idênticos. Me aproximei de uma das garotas que eu tinha mais intimidade, e perguntei quem era ele. E ''supimpa''... eles eram realmente irmãos. Me distanciei da garota, e fui em direção ao bebedor. Peguei um copo de água com muita dificuldade, mas peguei. Dei um gole, e pude sentir alguém colocando a mão sobre meus ombros. Era ele, mais lindo do que da última vez. Me deu aquele sorriso branquinho e cheio de dentes. Me cumprimentou com um beijo no rosto, perguntou meu nome. E o que eu iria fazer no domingo á tarde. Respondi todas perguntas sem questionar o 'porquê' delas. E no fim da sessão, quando eu estava sendo levada porta a fora pela minha mãe, ele para na minha frente, e simplesmente me convida para ir ao parque com ele, e claro a irmã dele. Bom, esse era apenas um detalhe, o que não me fez desistir de conhecê-lo mais a fundo. Aceitei sem pensar. E depois que ele se despediu de mim, que eu lembrei que eu não havia perguntado seu nome. Porém, isso ficaria para depois, porque eu tinha finalmente um encontro, bom, melhor dizendo um passeio ao parque com ele.. e a irmã, mas não deixava de ser um encontro ou só um passeio? Bom, vocês entenderam. E não podem perder o desfecho desse passeio, e quem sabe o começo de um romance. Até a próxima!

ESPERO QUE GOSTEM, E FIQUEM LIGADOS PARA ACOMPANHAR ESSE ROMANCE BEM DE PERTO!

-ALINE S. SILVA  


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